sábado, 29 de agosto de 2015

CERTO ESTAVA O RUY "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." OU AINDA, POR QUE EU CADA VEZ FICO MENOS ESPERANÇOSO DE QUE O BRASIL POSSA MELHORAR, COM ESSA OPOSIÇÃO, ESSA MÍDIA E ESSA JUSTIÇA, QUE TÃO BEM SE ENCAIXAM NAS PALAVRAS DO BARBOSA, O RUY, CLARO!!!

http://jornalggn.com.br/blog/sergio-saraiva/podemos-tirar-se-achar-melhor%E2%80%9D-atualizando-a-comedia-por-sergio-saraiva

"Podemos tirar, se achar melhor” - atualizando a comédia, por Sérgio Saraiva

Percam todas as esperanças, vós que acreditais que a maldição do PT arrastará junto o amaldiçoado PSDB. Publicado originalmente em 16nov2014.
Comédia divina - a Lava Jato chegará ao PSDB.
Vejo pelas terras do reino da esquerda a esperança de que, a partir da Lava Jato, o republicanismo tome conta do nosso sistema judiciário e que passemos o país a limpo, punindo todos os envolvidos, sejam de que partidos forem.
Não é em outro sentido as declarações da presidente Dilma, neste domingo, 16/11/2014.
“[A Operação Lava Jato da Polícia Federal] mudará para sempre a relação entre a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e a iniciativa privada. O Brasil mudará para sempre porque acabará a impunidade”.
O passado recente não me permite nutrir tais esperanças.
Ao PT será cobrado que desça ao nono ciclo do inferno. Para os outros, os corruptores, creio que tudo não passará de uma estada dura, ainda que breve, pelo Vale dos Ventos. Sem dúvida, neste instante, a vida deles foi colhida em um vendaval, mas eles têm nas suas contabilidades paralelas o passaporte para o purgatório e, de lá, a passagem para um dos sete céus.
Agora, e para alguém do PSDB pego em caso de fogo amigo?
Para esse, haverá sempre o limbo. Junto aos pagãos virtuosos.
Não existe, por certo, corruptor ideológico ou doleiro de esquerda. PT e PSDB dividem o poder há duas décadas utilizando-se dos mesmos métodos. Mas não são tratados, de modo algum, da mesma maneira pela imprensa e pela Justiça.
Sobre o segundo, recai o protetor manto da invisibilidade midiática que retarda a cobrança de ação do letárgico braço judiciário sempre para tempos ainda vindouros.
Vejamos.
No que este escândalo da Petrobras é diferente do escândalo envolvendo a Alston-Siemens em São Paulo? As propinas milionárias do trensalão, chamadas eufemisticamente pela nossa imprensa de "cartel". 
Há no acordo de leniência da Siemens, informações suficientes vindas da Suíça, sabe-se quem pagou, quanto pagou e para quem pagou. Um presidente do TCE – Tribunal de Contas do Estado, apontado como beneficiário do esquema, tinha, e talvez ainda tenha, uma ilha em Paraty-RJ e uma mansão no Morumbi, o bairro dos milionários de São Paulo.
Um envolvido no esquema, filho da nossa alta burguesia, foi indiciado pela PF, mas isso não o impediu de ser coordenador da campanha de Aécio, nem lhe trouxe maiores problemas na Câmara dos Vereadores de São Paulo.
Um procurador que cuidava do caso literalmente engavetou-o por dois anos. Declarou que havia, pasmem, colocado o pedido de informações da justiça suíça na “pasta errada”.
A que levou tudo isso? Como está o caso do trensalão?
Está assim, a Polícia Federal conclui que não houve participação de políticos do PSDB, embora, em São Paulo, o PSDB esteja no poder há 20 anos.
O ministro Gilmar Mendes determinou a suspensão do processo administrativo disciplinar aberto pela Corregedoria Nacional do Ministério Público para investigar o procurador.
Já ouço que o Caso Petrobras-Lava Jato é o “maior escândalo da história” do Brasil. Ora, esse não era o mensalão do PT?
Após isso, surgiram 8 mil contas de brasileiros na Suíça, incluindo o dono da Folha de São Paulo – caíram no esquecimento. A Operação Zelotes identificou a sonegação de pelo menos R$ 19 bilhões envolvendo empresários do porte de Gerdau e ex-presidentes e conselheiros do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Botou a Lava Jato no chinelo e corre em segredo de Justiça.
Afundar a P-36, na época, a maior plataforma de petróleo do mundo, ao custo de 11 trabalhadores mortos não é escandaloso, por certo. Que fim deu-se a esse caso? E o da Petrobrax, dos asfaltamentos da Baía de Guanabara e dos rios Birigui e Iguaçu no Paraná?
E FHC diz que está envergonhado com o que o PT fez com a Petrobras.
Pois bem, os petistas foram condenados na AP 470 e estão cumprindo pena.
Mas e o mensalão do PSDB?
Os PSDBista não serão julgados. E, nove meses depois, ainda não foram.
Eduardo Azeredo renunciou ao mandato na ultimíssima hora para escapar do julgamento no STF. E, embora já houvesse consenso de que isso não o livraria – ver caso Donadon e desdobramentos do caso Cunha Lima, livrou-se. Seu caso foi enviado à primeira estância mineira onde aguarda a prescrição. Pimenta da Veiga, que levou R$ 300 mil de Marcos Valério por “serviços internos” está soltíssimo. Foi até candidato a governador de Minas Gerais.
José Roberto Arruda, do mensalão do DEM, foi “atrevido” ao se candidatar a governador do DF. Acabou, para desgosto de FHC, seu benfeitor, tendo a candidatura impugnada, mas chegou a liderar a campanha e está por aí, livre, leve e solto. A impugnação revoltou de tal maneira ao ministro Gilmar Mendes que este chegou a classificar a Corte que assim decidiu como um "tribunal nazista". 
Alguém se recorda de como foi a atuação do ministro Gilmar Mendes no caso do mensalão do PT?
Agripino Maia, presidente do DEM, é acusado de receber R$ 1 milhão em propina, o que não o impediu de participar dos "protestos contra a corrupção". Algum jornal ligou o nome à pessoa?
Soltos também estão Cachoeira, o bicheiro que era tratado como "emprasário do setor de jogos" e Demóstenes Torres, o mosqueteiro da ética - Gilmar Mendes devolveu-lhe o cargo de procurador do Estado. Quem se lembra de que o governador de Goiás, do PSDB, vendeu uma mansão para Carlinhos Cachoeira? Falar de Policarpo Jr. e do affair Veja-Cachoeira seria um ataque contra a liberdade de imprensa.
Sem maiores cuidados está o pessoal da “Castelo de Areia”.
Assim como José Serra e a “privataria tucana” feita no “limite da irresponsabilidade”. E seu envolvimento no "cartel" do metrô paulistano – sobre o qual só deu depoimento à PF depois de eleito senador? E o Paulo Preto?
Assim como Alckmin e o buraco do metrô – mais sete mortos. Fora alguns massacres. Quem se lembra do Pinheirinho ou da Castelinho ou de Maio de 2006? Quem não reagiu está vivo. No último massacre, em Osasco e Barueri, 19 não reagiram e foram mortos, mesmo assim.
E a eminente crise humanitária por falta de água, mas com alguns bilhões de reais pagos aos acionistas da SABESP, aqui e em Nova York? Ninguém se interessa em saber quem são eles, os acionistas, ou o que foi feito com o dinheiro que entrou com a privatização da SABESP?
A FHC, nada o perturba.
Nem a declaração de Pedro Barusco dizendo que começou a receber propinas na Petrobrás em 1998, no governo FHC – podemos tirar, se achar melhor. Nem os R$ 200 mil por cabeça para comprar a emenda da reeleição, nem os seus apartamentos. Um, em Higienópolis-SP, comprado do mesmo banqueiro envolvido na lavagem de dinheiro do trensalão, o outro, em Paris, “emprestado” por um milionário brasileiro. Nem sua fazenda em Burutis-MGou a atual empresa agropecuária sediada em um sobradinho na cidade industrial de Osasco-SP que não tem zona rural.
Não, FHC não é dono de empresa de fachada, nem da Friboi. Essa é do filho do Lula. Lula, que, aliás, possui um triplex no Guaruja-SP. Mas quando FHC começou a carreira política, que eu saiba, de terras, só possuía um pequeno sítio em Ibiúna-SP. Ninguém parece ter estranhado tal aumento de patrimônio. Fora da política, FHC era um professor aposentado da USP. Nem ele parece estar preocupado em explicar nada.
E isso, antes de se tornar milionário com suas palestras e seu Instituto.
É pouco?
E o aeroporto construído pela Camargo Correia na fazenda vizinha a de FHC e gentilmente cedido para seu uso? Que coincidência feliz.
PSDBista gosta de aeroporto particular, quem gosta de miséria é intelectual.
Veja Aécio Neves e seus dois aeroportos em Minas. Um em Claudio – fazenda do tio, outro em Montezuma – empreendimentos do pai já falecido. Aécio está se empenhando em conseguir um terceiro turno para as eleições de 2014 e não em dar explicações sobre essas duas “obras públicas”.
O MP-MG encerrou o caso. Nada havia de errado. Em Minas, agora, desde que o PT assumiu o governo estadual, a Polícia  Federal passou a dar batidas na casa da primeira-dama.
Enquanto isso, Gilmar Mendes conseguiu reabrir no TSE ação questionando as contas da campanha de Dilma que teria recebido doações ilegais das empreiteiras envolvidas na Lava Jato. Empreiteiras que doaram valores até maiores para Aécio, mas, nesse caso, foi tudo legal. 
E tome Lista de Furnas, pasta Rosa e caso SIVAM.
E tome denúncia de Yousseff em CPI descrevendo em detalhes como Furnas pagava Aécio, via irmã e Bauruense. Mas para saber dela é preciso ler em inglês ou espanhol. No caso de Lula, bastou reportagens de revistas semanais e um procurador substituto para o MPF abrir uma investigação. Mas Lula não faz palestras, recebe propina da Odebrecht. A Polícia Federal quebrou o sigilo de Lula - tudo vazado para a imprensa.
Assunto nunca faltou, mas o PSDB ser responsabilizado, algo respingar-lhes as penas?
Nem investigações referentes à fraudes em licitações envolvendo o “primo distante” que frequentava o gabinete e a vida pessoal de Beto Richa. O processo foi suspenso pelo TJ do Paraná. Surrar professores tampouco deu em alguma coisa.
O que é isso, perto de um helicóptero pertencente a um deputado federal do PSDB ser flagrado pela Polícia Federal com meia tonelada de cocaína e isso não despertar o interesse nem da imprensa nacional, nem da Justiça que mandou soltar os traficantes, devolveu a aeronave aos donos e encerrou o caso. Quem é capaz de dizer o que foi feito da cocaína?
Não, de tapioca à Lava Jato, passando pela AP 470, é o PT o partido mais corrupto da história brasileira. E só.
Todo o mais que poderia acrescentar aqui fica por conta da ironia sábia e desesperançada de Stanislaw Ponte Preta:
“Que se restaure a moralidade, ou que nos locupletemos todos”.
Fora disso, é comédia.
A não ser que o Procurador Geral da República resolva desvencilhar as mãos da cartolina que segura e que lhe tolhe os movimentos. Nela se lê: “Janot, você é a esperança do Brasil”.

PS1: quem costuma enxergar palavras em sopa de letras pode divertir-se procurando quantas vezes a Polícia Federal e o ministro Gilmar Mendes são citados neste texto.
PS2: quem quer apenas uma canja pode se servir na oficina de concertos gerais e poesia.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

UM ÚNICO COMENTÁRIO: INSOFISMÁVEL!!!

Cantanhêde e jornais tucanos “esquecem” de noticiar: doleiro diz que Aécio recebia propina

"Mr. Neves, did you receive bribery in Furnas?"
“Mr. Neves, did you receive bribery in Furnas?”
por Rodrigo Vianna
O Alberto Villas não é daqueles sujeitos que possam ser definidos como “jornalista de TV”. Nem tampouco é um “homem de imprensa escrita”, ou um “ativista da informação nas redes sociais”.
O Alberto Villas é tudo isso. Mas não é nada disso. É apenas jornalista. E ponto.
Aliás, dos melhores e mais experientes no Brasil.
Foi diretor do Fantástico em São Paulo. Mas, ao contrário de tantos colegas que se misturam ao veículo em que trabalham, jamais foi “o Villas da Globo’.
Ele é o Villas. Na Globo ou fora dela. Aliás, fora da Globo ele parece muito melhor. Vejam só…
===
A noticia é esta: Aécio Neves e Sérgio Guerra receberam dinheiro de propina, segundo revelação feita ontem pelo doleiro Alberto Youssef.
VillasNews está oferecendo um doce para quem encontrar a noticia na primeira página da Folha de S.Paulo ou de O Globo. E uma lupa para que você encontre a notícia no interior dos jornais.
Bom trabalho! Isso não pode ser chamado de Jornalismo. Ainda mais com J maiúsculo.
Foto de Alberto Villas.

 ===
Mas não foi só o Villas que percebeu algo estranho na cobertura jornalística sobre o depoimento do doleiro Youssef,  na CPI em Brasília…
Na transmissão “ao vivo”, a GloboNews até deu a notícia: Youssef reafirmou a informação (que ele obteve do deputado Janene, ex-líder do PP) de que  Aécio recebia propina em Furnas, na época do governo FHC. Quem operava o esquema, diz o doleiro, era a irmã de Aécio.
Claro, tudo isso precisa ser provado. Aécio Neves tem direito a ampla defesa.
Mas vocês já imaginaram o que aconteceria se Youssef dissesse que Lula ou Dilma recebiam propina em Furnas? Imaginem: o doleiro diz que o irmão de Dilma pegava grana; o que aconteceria no dia seguinte? Quais seriam as manchetes?
Pois bem, na capa dos jornais (que são lidos pela classe média raivosa), e mesmo nos programas subsequentes da Globo News (assistida pela mesma classe média raivosa e paneleira, a informação foi tratada com a discrição devida. Sumiu!!!
Vejam o que diz a comentarista Eliane Cantanhêde (que alguns chamam pelo apelido carinhoso de Tucanhêde), numa troca de mensagens com leitora na internet:
Cantannhede
===
A Cantahêde vai tentar “encaixar”. Ufa, que alívio… Agora, sim.
O curioso é que o JN da Globo abriu mais espaço para a informação sobre a propina. Mas, como lembrou Paulo Henrique Amorim, deu a notícia sem mostrar o vídeo em que Youssef acusa Aécio, e ainda botou Bonner para ler uma nota do senador eleito por Minas – clique aqui e confira
É como se a família Marinho operasse por nichos.  Nos veículos voltados aos paneleiros, Aécio segue a ser um homem probo; assim a turma que se informa pela “Veja” e pelo “Globo” não entra em choque.
Mas no JN, na TV aberta, aí já se fala abertamente sobre o caso: Aécio teria recebido propina.
Isso desfaz a fantasia de que toda a corrupção no Brasil começou pelo PT. Isso obriga a se buscar soluções menos simplistas para se combater a corrupção.
Isso tudo apesar da forcinha que o UOL também dá ao ex-quase presidente Aécio Neves. Vejam abaixo…
UOL Youssef
O impeachment morreu mais um pouco ontem. E a velha imprensa também morre.
Mas o jornalismo vai sobreviver. Esse é como o samba: agoniza mas não morre…

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

INFELIZMENTE, EU CONTINUO TENDO QUE ESCOLHER "OS MENOS PIORES". AGORA, SE HOUVESSE UM CAMPEONATO MINIMAMENTE HONESTO SOBRE OS MAIS CORRUPTOS DO BRASIL NOS ÚLTIMOS 50 ANOS, A LISTA DOS DEZ OU VINTE MAIORES, SERIA COMPOSTA POR PARTIDOS DE DIREITA, MAIS RECENTEMENTE, O DEM E O PSDB. MAS, HÁ MUITO MAIS...

http://www.esmaelmorais.com.br/2015/08/coluna-da-gleisi-hoffmann-fhc-o-desejo-de-vinganca-no-pedido-de-renuncia/

Coluna da Gleisi Hoffmann: FHC, o desejo de vingança no pedido de renúncia


gleisifhc
A senadora Gleisi Hoffmann (PT) retoma as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de que seria “um ato de grandeza” se a presidenta Dima Rousseff renunciasse, e lembra que ele, FHC, teve momentos de turbulência em seu governo, com grave crise econômica e baixíssimos índices de aprovação popular. Mas segunda a senadora, parece que FHC não aprendeu muita coisa com a adversidade. Leia, ouça, comente e compartilhe.
Gleisi Hoffmann*
Audio Player
Semana passada, o ex-presidente Fernando Henrique pediu que a presidenta Dilma tivesse grandeza e renunciasse a seu mandato. Segundo a mídia, fez isso para tentar unificar a oposição e seu partido e dar respostas aos movimentos de rua.
Como homem sensato e equilibrado, imagem que sempre procurou mostrar, ensaiou uma análise eloquente da fragilidade política da presidenta e dos grandes desafios do país para lançar sua proposta. Isso depois de ter dito, na semana anterior, que a presidenta era uma pessoa honrada.
Olhando longe da história recente, parece que FHC está de fato exercendo seu papel de dirigente oposicionista e querendo dar uma saída ao PSDB, já que o movimento por impeachment tem encontrado resistência de vários setores, inclusive de apoiadores do PSDB e de setores mais conservadores, como mostrou o posicionamento de Roberto Setúbal, presidente do Itaú/Unibanco, neste domingo.
Além de pedir que esquecessem o que escreveu, parece que FHC esqueceu também sua história. Em 1999, tal qual a presidenta hoje, vivia baixa popularidade, tinha crise econômica, dólar alto, escândalos das privatizações, das negociatas da reeleição, dos grampos do BNDES (nada investigado, tudo engavetado), movimento nas ruas e debate sobre pedido de impeachment e a palavra de ordem “fora FHC”. Também tinha ajuste fiscal pesado e o PMDB como partido aliado e fiador. O vice-presidente da República, Michel Temer, era presidente da Câmara dos Deputados. FHC só não era, por ser homem, tão xingado e desrespeitado como a presidenta Dilma o é por ser mulher.
Lembro isso para mostrar que já passamos por períodos semelhantes na nossa curta história democrática. Que a crise política e as dificuldades econômicas que estamos vivendo já foram enfrentadas em condições piores, inclusive. Mas também o faço para mostrar a falta de grandeza de uma liderança testada e vivida na lida do poder como FHC. Que já sentiu essa realidade e que, naquele momento, invocava a defesa da legalidade, o respeito ao estado de direito, a democracia para defender-se.
Se é verdade que o PT colocou gente nas ruas e fez movimento por impeachment, exagerou e pediu renúncia de FHC, também é verdade que o PSDB faz a mesma coisa agora. As manifestações que têm acontecido pelo país são partidárias sim, no sentido de ter lado, querer uma determinada política. Basta ver que dos que foram para a rua, quase 80% eram eleitores do PSDB.
Ter grandeza, presidente Fernando Henrique, é ter vivido uma situação e ter aprendido com ela. É compreender as dificuldades pelas quais passa uma presidenta, por já ter vivido momento semelhante, e não apostar contra o país, na sua instabilidade. Pedir a renúncia da presidenta Dilma apenas demonstra atitude de vingança e de apequenamento diante da história vivida.
Sair da vida pública com baixa aprovação popular é uma contingência do exercício do cargo e que a história poderá resgatar no futuro. Viver a experiência do poder maior de uma Nação e não aprender com ela para posicionar-se diante da vida, pode ser um problema de caráter.
*Gleisi Hoffmann é senadora da República pelo Paraná. Foi ministra-chefe da Casa Civil e diretora financeira da Itaipu Binacional. Escreve no Blog do Esmael às segundas-feiras.