terça-feira, 17 de junho de 2014

A VERDADEIRA HISTÓRIA DA COMPRA DE VOTOS, CONTADA PELO JORNALISTA FERNANDO RODRIGUES, DA FOLHA DE SÃO PAULO, QUE PODE SER ACUSADA DE QUASE TUDO, COMO ATÉ EU FAÇO, MENOS DE SER "PETISTA"!!!

http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2014/06/16/conheca-a-historia-da-compra-de-votos-a-favor-da-emenda-da-reeleicao/
Abaixo, link da matéria publicada na Folha online.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/06/1471142-fhc-reage-a-acusacao-de-lula-sobre-compra-de-votos-na-reeleicao.shtml
Antes. um pequeno texto, retirado da FSP de hoje, que eu transcrevo e que, resume de forma cabal o que foram, inclusive, os (des)governos de FHC:
"PARLAMENTARES VENDERAM VOTO POR R$ 200 MIL
A emenda no.16 -que permitiu a reeleição de Fernando Henrique Cardoso- foi aprovada no Congresso em quatro votações a partir de 28 de janeiro de 1997.
Nos dias 13 e 14 de maio, a Folha revelou conversas dos deputados Ronivon Santiago e João Maia (ambos do PFL-AC), que disseram ter vendido os votos a favor da emenda por R$ 200 mil cada um e acusaram outros deputados de terem feito o mesmo.
Os dois renunciaram. No dia 16 de maio, FHC entregou dois ministérios ao PMDB e conseguiu barrar uma CPI. A Câmara inocentou outros acusados, e o então procurador-geral da República (o engavetador Geraldo Brindeiro-citação minha) arquivou os pedidos de investigação."
Rapidinho: compra de votos para aprovar matérias de seu interesse, loteamento de cargos para barrar ações contrárias e a forte "ajuda" do judiciário para não deixar prosperar nadica de nada contra o "ínclito" FHC e sua turba. Foram encaminhados mais de 600 pedidos de processo ao "engavetador geral"  e mais de 90% não prosperaram. ASSIM NÃO DÁ, ASSIM NÃO PODE!!!
Vejam este vídeo, da BBC, que é altamente esclarecedor:

  "PARLAMENTARES VENDERAM VOTO POR r$ 200 MIL

Conheça a história da compra de votos a favor da emenda da reeleição

Fernando Rodrigues



O mais importante a respeito desse episódio de 1997 é que nada foi investigado como deveria. Dessa forma, restam apenas os fatos em torno da revelação do fato –trata-se de fato, pois houve provas materiais periciadas a respeito.
Tento evitar escrever sobre assunto tão antigo porque agora é ocioso especular sobre certos detalhes do episódio. Mas como FHC e Lula trocaram chumbo a respeito, é útil fazer aqui, sem juízo de valor, uma cronologia dos acontecimentos:
1) 28.janeiro.1997 – a Câmara aprova a emenda constitucional da reeleição: dispositivo passa a permitir que prefeitos, governadores e presidente disputem um segundo mandato consecutivo.
2) 13.maio.1997: Folha publica reportagem da compra de votos para aprovação da emenda da reeleição. Manchete no alto da primeira página, em duas linhas: “Deputado conta que votou pela reeleição por R$ 200 mil” (clique na imagem para ampliar):
Folha-13maio1997
3) O que disse FHC, então presidente da República: sempre negou o esquema. Dez anos depois, em sabatina na Folha, em 2007, o tucano não negou que tenha ocorrido a compra de votos. Alegou que a operação não foi comandada pelo governo federal nem pelo PSDB: “O Senado votou [a reeleição] em junho [de 1997] e 80% aprovou. Que compra de voto? (…) Houve compra de votos? Provavelmente. Foi feita pelo governo federal? Não foi. Pelo PSDB: não foi. Por mim, muito menos”.
4) Provas: confissão gravada de 2 deputados federais do Acre que diziam ter votado a favor da emenda da reeleição em troca de R$ 200 mil recebidos em dinheiro. Outros três deputados eram citados de maneira explícita e dezenas de congressistas teriam participado do esquema. Nenhum foi investigado pelo Congresso nem punido.
5) CPI: PT e partidos de oposição tentam aprovar requerimento de CPI. Sem sucesso
6) Operação abafa 1: em 21.maio.1997, apenas 8 dias depois de o caso ter sido publicado pela Folha, os dois deputados gravados renunciam ao mandato (Ronivon Santiago e João Maia, ambos eleitos pelo PFL –hoje DEM– do Acre). Eles enviaram ofícios idênticos ao então presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Ambos alegaram “motivos de foro íntimo'”. Em comentário irônico à época, o então deputado federal Delfim Netto disse: “Nunca vi ganhar um boi para entrar e uma boiada para sair”.
Reportagem de 21.maio.1997 relata procedimentos utilizados na reportagem sobre a compra de votos.

7) Operação abafa 2: em 22.maio.1997, só 9 dias depois de a Folha ter revelado o caso, tomam posse como ministros Eliseu Padilha (Transportes) e Iris Rezende (Justiça). Ambos eram do PMDB, partido que mais ajudou a impedir a instalação da CPI para apurar a compra de votos.
8) Operação abafa 3: apesar da fartura de provas documentais, o então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, não acolhe nenhuma representação que pedia a ele o envio de uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal.
Em 27.junho.1997, indicado por FHC, Geraldo Brindeiro toma posse para iniciar o seu segundo mandato como procurador-geral da República. Sempre reconduzido por FHC, Brindeiro ficou oito anos na função, de julho de 1995 a junho de 2003.
9) Fim do caso: em junho de 1997, o Senado aprova, em segundo turno, a emenda da reeleição, que é promulgada. No ano seguinte, FHC se candidata a mais um mandato e é reeleito.
A Polícia Federal não investigou? De maneira quase surrealista, sim. O repórter responsável pela reportagem foi intimado a dizer o que sabia a respeito do caso em… 4 de junho de 2001. O inquérito era apenas protocolar. Não deu em absolutamente nada.

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