Folha demite repórter jurado de morte
Por Altamiro Borges
“O repórter André Caramante foi demitido do jornal Folha de S.Paulo, na última segunda-feira (10/02). O profissional voltava de férias, mas não encontrou o seu nome na escala de trabalho da semana. Ao chegar à redação foi comunicado de sua demissão, sob a alegação de ‘contenção de despesas’”, informa a jornalista Jéssica Oliveira, do portal Imprensa. O caso é gravíssimo. André Caramante ficou famoso ao denunciar os abusos cometidos pelo ex-chefe da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), o coronel Paulo Telhada, que hoje é vereador pelo PSDB de São Paulo. Ele foi ameaçado de morte e deixou o Brasil, com a sua família, por alguns meses. Agora, a Folha demite o repórter para “conter despesas”.
Especializado em segurança pública, o jornalista era funcionário do Grupo Folha há mais de 14 anos, atuando nos últimos oito anos na redação da Folha. Ele denunciou vários crimes da polícia de São Paulo, como o envolvimento com grupos de extermínio e a prática de corrupção. Em julho de 2012, Caramante publicou um artigo com o título: “Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook”, sobre o coronel reformado Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada, então candidato a vereador pelo PSDB. A partir daí a sua vida virou um inferno. Ele recebeu diversas ameaças de morte e passou a ser escoltado por motoristas do jornal para ir ao trabalho.
O próprio coronel Telhada escreveu no seu Facebook que o jornalista “é um notório defensor de bandidos”. Nas redes sociais, os seguidores do truculento tucano postaram mensagens criticando o “péssimo repórter” e ameaçando: “Bala nele”. Sua família também sofreu ameaças. Diante dos riscos, “a Folha pediu a investigação do caso e, em conjunto com o profissional, optou por afastá-lo do país por motivo de segurança. Em 11 de setembro de 2012, ele e sua família saíram do Brasil e permaneceram fora por 90 dias”, relata Jéssica Oliveira. Após seu retorno ao país, ele foi afastado da cobertura da área de segurança pública e passou a escrever textos no caderno “Cotidiano” e para a TV Folha.
Agora, porém, o renomado jornalista – vencedor do prêmio Santo Dias da Assembleia Legislativa de São Paulo e do Prêmio Nacional de Direitos Humanos – é demitido. Durante este período, a Folha evitou pressionar o governador Geraldo Alckmin e o PSDB. Num evento no final de 2012, a repórter Lúcia Rodrigues, da Rede Brasil Atual, até questionou: “Neste momento, André Caramante está fora do país por ter feito denúncias contra o ex-comandante da Rota. Como é que o senhor se posiciona, governador?”. Alckmin se fingiu de surdo e não respondeu. Coronel Telhada é hoje uma das vozes mais estridentes do PSDB na Câmara Municipal. Já André Caramante foi demitido pela Folha!
“O repórter André Caramante foi demitido do jornal Folha de S.Paulo, na última segunda-feira (10/02). O profissional voltava de férias, mas não encontrou o seu nome na escala de trabalho da semana. Ao chegar à redação foi comunicado de sua demissão, sob a alegação de ‘contenção de despesas’”, informa a jornalista Jéssica Oliveira, do portal Imprensa. O caso é gravíssimo. André Caramante ficou famoso ao denunciar os abusos cometidos pelo ex-chefe da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), o coronel Paulo Telhada, que hoje é vereador pelo PSDB de São Paulo. Ele foi ameaçado de morte e deixou o Brasil, com a sua família, por alguns meses. Agora, a Folha demite o repórter para “conter despesas”.
Especializado em segurança pública, o jornalista era funcionário do Grupo Folha há mais de 14 anos, atuando nos últimos oito anos na redação da Folha. Ele denunciou vários crimes da polícia de São Paulo, como o envolvimento com grupos de extermínio e a prática de corrupção. Em julho de 2012, Caramante publicou um artigo com o título: “Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook”, sobre o coronel reformado Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada, então candidato a vereador pelo PSDB. A partir daí a sua vida virou um inferno. Ele recebeu diversas ameaças de morte e passou a ser escoltado por motoristas do jornal para ir ao trabalho.
O próprio coronel Telhada escreveu no seu Facebook que o jornalista “é um notório defensor de bandidos”. Nas redes sociais, os seguidores do truculento tucano postaram mensagens criticando o “péssimo repórter” e ameaçando: “Bala nele”. Sua família também sofreu ameaças. Diante dos riscos, “a Folha pediu a investigação do caso e, em conjunto com o profissional, optou por afastá-lo do país por motivo de segurança. Em 11 de setembro de 2012, ele e sua família saíram do Brasil e permaneceram fora por 90 dias”, relata Jéssica Oliveira. Após seu retorno ao país, ele foi afastado da cobertura da área de segurança pública e passou a escrever textos no caderno “Cotidiano” e para a TV Folha.
Agora, porém, o renomado jornalista – vencedor do prêmio Santo Dias da Assembleia Legislativa de São Paulo e do Prêmio Nacional de Direitos Humanos – é demitido. Durante este período, a Folha evitou pressionar o governador Geraldo Alckmin e o PSDB. Num evento no final de 2012, a repórter Lúcia Rodrigues, da Rede Brasil Atual, até questionou: “Neste momento, André Caramante está fora do país por ter feito denúncias contra o ex-comandante da Rota. Como é que o senhor se posiciona, governador?”. Alckmin se fingiu de surdo e não respondeu. Coronel Telhada é hoje uma das vozes mais estridentes do PSDB na Câmara Municipal. Já André Caramante foi demitido pela Folha!
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