sábado, 14 de setembro de 2013

Sobre piratas e príncipes

Da minha amiga Eliane Barbirato:

Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade (Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda do III Reich)
Engraçada essa nossa história: ela nos apresenta piratas com caras de príncipes, príncipes com caras de sapos e os sapos com caras pintadas.  Sabemos que a história é contada (e manipulada). Veja o legado da segunda guerra mundial: até hoje a Alemanha, a grande perdedora dessa guerra, um dos países mais industrializados, cultos e desenvolvidos da Europa não faz parte do Conselho de Segurança da ONU. Atrás das manipulações que fazem dos fatos históricos, dos quais somos agentes partícipes, seja por covardia, ignorância, preguiça ou até ingenuidade, vamos digerindo o que nos enfiam goela abaixo, anos após anos, pouco questionando, absortos que estamos nas “nossas” verdades, sem visão crítica de análise, sem nos dar conta de que, num piscar de olhos, a história estará totalmente i nvertida, mudada, escandalosamente transformada. A vedete protagonista desta novela?  A grande imprensa. Hoje ela existe, em grande parte, para nos enganar, nos ludibriar nos confundir criando com falsas retóricas insidiosas armadilhas pseudo-intelectuais. Como disse Einstein: se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos.  Frase essa que foi transformada num jargão jornalístico “quando a lenda se torna um fato, imprima-se a lenda”. A grosso modo, quando a mentira é maior que o fato, imprime-se a mentira. Não me interessam outros países, mas no Brasil nossa imprensa é expert em imprimir mentiras – ou a versão do fato. Numa ocasião um grande amigo meu disse que a revista Veja é uma grande revista, formadora de opiniões. Bingo! Uma revista não é para formar opiniões e, muito menos, para deformar opiniões. A função da revista é informar. Fazer o contrário diss o é para ditaduras fascistas como foi o caso da Alemanha e da Itália, durante o nazi-fascismo. E, atualmente, para Cuba e Coreia do Norte, que PRECISAM sustentar seus regimes autoritários.  E nós? Precisamos sustentar o quê, se o Estado democrático de direito está consolidado?
Porém, uma esperança: as máscaras  aos poucos vão caindo. A “passeata” de 07 de setembro, vazia de propósitos, com aqueles jovens segurando uma foto do General Médici, a Globo fazendo um mea culpa  por ter apoiado o golpe de 1964 (e que se locupletou muito com ele) e o lançamento de livros como A Privataria Tucana,  A Outra História do Mensalão, Honoráveis Bandidos,  A Eleição da Reeleição e, agora, O Príncipe da Privataria. Todos eles, escritos por jornalistas independentes, muito bem documentados e preocupados exclusivamente com fatos da nossa história recente.  Máscaras caindo são mentiras que vão se jogando nos ralos da história.
Hoje nosso país está passando por uma crise, uma séria crise institucional: um Legislativo que não nos representa, uma imprensa livre que está atrelada ao poder econômico, um executivo que não executa atado que está aos interesses de bancadas e lobbies que tampouco representam os interesses dos cidadãos.  E um Judiciário oportunista e corrupto. E a imprensa fica como um urubu, açodando a instabilidade de um governo democrático. Enquanto isso, vamos acreditando que Cabral descobriu o Brasil, que D. Pedro I estava todo garboso em cima de seu branco cavalo branco quando gritou a independência, que a República foi proclamada, que Tiradentes? Bem deixa pra lá. Assim, vamos crendo em piratas com caras de príncipes, príncipes com caras de sapos e ambos com caras pintadas.
A mim não cara pálida, não me engana não que eu não gosto.

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